O Palmeiras viveu uma noite desastrosa em Quito. Nesta quinta-feira (23), o Verdão foi atropelado pela LDU por 3 a 0, no estádio Casa Blanca, e ficou em situação dramática na semifinal da Conmebol Libertadores. Desde a goleada sofrida por 5 a 0 para o Grêmio, em 1995, o clube não amargava uma derrota tão pesada na competição continental.
O resultado coloca o time de Abel Ferreira diante de uma missão inédita: nenhum clube conseguiu reverter uma desvantagem de três gols em uma semifinal de Libertadores. Para chegar à final, o Palmeiras precisará vencer por quatro gols de diferença no Allianz Parque, na próxima quinta-feira (30). Uma vitória por três leva a decisão aos pênaltis.
Primeiro tempo de pesadelo
Nada funcionou para o Palmeiras na altitude de 2.850 metros. A equipe foi completamente dominada pela LDU e levou três gols ainda na etapa inicial, com direito a vaias e olés vindos das arquibancadas.
O primeiro gol saiu aos 15 minutos, quando Quiñónez cruzou após falha de Khellven, e Villamil soltou uma bomba: 1 a 0. Aos 26, após toque de mão de Andreas Pereira, Alzugaray converteu o pênalti e ampliou. E nos acréscimos, aos 47, Villamil voltou a marcar após desvio em Khellven que enganou Carlos Miguel: 3 a 0.
No intervalo, Abel Ferreira tentou reorganizar o time com as entradas de Ramón Sosa e Giay, mas o estrago já estava feito. A LDU, empurrada por um estádio lotado, passou a administrar o placar e neutralizou as tentativas de reação alviverde.
Tentativas isoladas e pouca reação
O Palmeiras até criou algumas chances na segunda etapa, principalmente nas bolas paradas. Vitor Roque e Ramón Sosa obrigaram o goleiro Domínguez a fazer boas defesas, mas a equipe brasileira jamais conseguiu imprimir pressão constante.
Com 14 finalizações a favor dos equatorianos e sete delas no alvo, a LDU foi soberana em todos os aspectos: intensidade, marcação e presença ofensiva. A apatia palmeirense irritou o banco e gerou discussões entre os jogadores em campo.

O técnico Abel Ferreira, da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe da Liga Desportiva Universitaria, durante partida válida pelas semi final, ida, da Copa Libertadores, no Estádio Rodrigo Paz Delgado. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)
Abel lamenta, mas mantém esperança
Após a partida, Abel Ferreira classificou o jogo como “a pior atuação do Palmeiras na era Libertadores” e reconheceu a superioridade dos equatorianos. Mesmo assim, manteve o discurso de confiança:
“Vamos lutar até o fim. Temos um elenco capaz de reagir, mas precisaremos de uma noite perfeita em São Paulo”, disse o técnico.
O lateral Piquerez também comentou o impacto da altitude:
“É difícil respirar e manter o ritmo, mas não é desculpa. A LDU soube aproveitar melhor as condições e os erros que cometemos.”
O desafio no Allianz Parque
A missão agora é quase impossível: vencer por quatro gols de diferença para chegar à final da Libertadores. Caso devolva o 3 a 0, a vaga será decidida nos pênaltis.
O duelo da volta acontece na próxima quinta-feira (30), às 21h30, no Allianz Parque, e promete casa cheia para empurrar o time em busca de um milagre.
“Foi uma daquelas noites em que o Palmeiras parecia jogar com o freio de mão puxado e sem fôlego. A LDU correu, mordeu e marcou como se a altitude fosse problema só dos brasileiros. Agora, o Verdão vai precisar de um milagre com endereço certo: Allianz Parque, quinta que vem.” Paulinho Cunha
Ficha técnica
LDU 3 x 0 Palmeiras
🏟️ Estádio Rodrigo Paz Delgado (Casa Blanca), Quito
📅 23 de outubro de 2025 – Semifinal da Libertadores (ida)
Gols: Villamil (15’ e 47’ do 1ºT), Alzugaray (27’ do 1ºT)
Cartões amarelos: Alzugaray, Ramírez, Gruezo, Mina e Quiñónez (LDU); Andreas Pereira, Flaco López (PAL)
Expulso: Bryan Ramírez (LDU)
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
VAR: Héctor Paletta (ARG)

