Neymar merece ir à Copa do Mundo?
Com o futebol que vem apresentando e o temperamento que insiste em sabotar a própria carreira, a resposta hoje é clara: não.
Por Paulinho Cunha - Dreams FM
Dentro de campo, o “menino Ney” virou sombra do craque que encantou o planeta. Em vez de dribles, gols e magia, brilharam festas, polêmicas, brigas com torcedores e confrontos com jornalistas. Parece viver mais o extracampo do que o gramado onde deveria reinar.
E deixo claro: falo do jogador, não do homem Neymar, o pai, o amigo, o filantropo. A análise é técnica, esportiva e profissional.
O país está dividido:
➡️ os que acreditam que ele ainda irá à Copa;
➡️ os que garantem que Neymar “acabou faz tempo”.
Mas tem uma pergunta que ninguém tem coragem de fazer:
Será que Neymar ainda quer ir à Copa?
Cadê o Neymar leve, sorridente, irreverente?
Cadê o líder, o companheiro, o “100% Jesus”?
Hoje, para muitos torcedores, parece mais “100% foda-se”, para usar a expressão popular do torcedor cansado.
Sim, as lesões foram graves e ninguém discute isso.
Mas no futebol de alto rendimento, existe o mantra: no pain, no gain.
E é exatamente aqui que surge a dúvida:
Neymar ainda tem fome? Tem entrega? Ou está apenas tentando corresponder à pressão que carrega desde moleque?
Eu, particularmente, faço parte da pequena parcela da imprensa que ainda acredita nele. A verdade é que com uma perna, Neymar joga mais do que muita gente que hoje está na seleção. Isso não é opinião, é fato técnico!
Mas acreditar não significa fechar os olhos para a realidade.
Os números de Neymar na Seleção e o peso da história
E aqui está o ponto mais intrigante dessa discussão:
Neymar tem 128 jogos pela Seleção Brasileira, com 79 gols e 59 assistências.
São números gigantes.
Números de craque histórico.
Números de camisa 10 que resolvia.
E é justamente por isso que dói tanto ver o que ele se tornou.
Com essa camisa, Neymar já foi determinante, mágico, devastador.
Hoje, é apenas uma interrogação.
Ancelotti: apoio firme, cobrança mais firme ainda

Carlo Ancelotti não romantiza nada. Ele foi objetivo:
Disse que Neymar tem seis meses para provar que merece a Copa. E mais: que o brasileiro só irá se estiver no auge físico.
“Precisamos de atletas top fisicamente”, repetiu o treinador.
Em outras palavras: o nome não basta. A camisa não basta. O passado não basta.
Se Neymar quiser ir, vai ter que mostrar de novo que é Neymar.
O momento atual: e ele não ajuda Neymar
Aos 33 anos, Neymar não veste a camisa do Brasil desde outubro de 2023, também pelas Eliminatórias, contra o Uruguai. A derrota por 2 a 0 em Montevidéu foi o menor dos problemas na ocasião...
Depois de sua última lesão:
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Voltou jogando 23 minutos contra o Fortaleza
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Jogou 85 minutos contra o Flamengo
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Atuou 90 contra o Palmeiras
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Não marcou e não deu assistências desde o retorno.Sem brilho. Sem impacto. Sem protagonismo.
Na temporada inteira:
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6 gols
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3 assistências
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24 jogos
Números muito abaixo do jogador que, por 15 anos, foi o mais talentoso do país.
E o ponto mais assustador é este:
aos 33 anos, craques historicamente ainda entregavam muito, Romário, Ronaldo e Ronaldinho são prova disso, e mesmo assim não foram chamados para Copa nessa idade. (Mais um motivo para se superar)
O vestiário fala, Casemiro dá o recado
Casemiro, um dos líderes da seleção, foi direto:
“Se esse cara está bem física e mentalmente, ele é o melhor disparado. Não podemos abrir mão dele.”
Ele não está errado.
Neymar, em forma, decide.
Com 79 gols e 59 assistências pela seleção, decide muito.
Mas isso nos leva novamente ao ponto-chave:
ele está bem física e mentalmente?
Hoje? Não.
O dilema final: Neymar quer ou não quer?
Neymar carrega um peso desde a infância. Aos 14 anos já era responsável por cifras que nenhum adolescente normal saberia lidar. Cresceu com holofote, cobrança, idolatria e críticas destrutivas. É humano que isso desgaste. É humano que isso quebre mentalmente.
Aos 14 anos já valia milhões.
Aos 17 tinha país inteiro nos ombros.
Aos 21 era visto como o próximo melhor do mundo.
A pressão nunca parou.
Isso quebra qualquer um. Mas no futebol de elite, contexto não vence Copa.
Entrega, ganha.
Fome, ganha.
Corpo, ganha.
Foco, ganha.
Humildade e União, ganha.
Hoje Neymar não entrega nada disso com constância.E ele precisa reencontrar tudo isso.
Veredito
Se a Copa fosse hoje: Neymar não mereceria ir.
Pelo momento.
Pelo físico.
Pela oscilação.
Pela falta de intensidade.
Mas a Copa não é hoje.
E se "SE" Neymar quiser, tiver força, foco e coragem para se reconstruir nos próximos seis meses… então:
Ele ainda pode ser decisivo.
Ainda pode ser convocado.
Ainda pode mudar tudo.
Ainda pode renascer como uma Fênix.
Com 128 jogos, 79 gols e 59 assistências pela seleção,
ele tem crédito.
Ele tem história.
Ele tem camisa.
Mas depende de uma pessoa, dele mesmo. E é isso que o Brasil inteiro quer descobrir. A questão é:
Neymar ainda quer ser Neymar?
Essa resposta só ele pode dar...
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