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Perdoar dívida bilionária do Corinthians? Um escândalo com dinheiro público disfarçado de “negócio”

Publicada em: 11/11/2025 10:53 -

Segundo o jornalista Juca Kafouri, a Caixa Econômica Federal estuda perdoar a dívida bilionária do Corinthians em troca do naming rights da arena (notícia veiculada por Jorge Nicola em suas redes sociais). Um absurdo sem tamanho!


Estamos falando de uma obra marcada por superfaturamento, irregularidades, promessas vazias e dinheiro público em jogo. Auditorias apontaram que o custo do estádio poderia ter sido reduzido em R$ 273 milhões, já que parte da estrutura não foi entregue ou precisaria ser refeita (Terceiro Tempo). E ainda assim, o valor total ultrapassou R$ 1 bilhão, bancado por um financiamento que teve aval e intermediação da Caixa, banco estatal que usa recursos do povo.

Hoje, a dívida ultrapassa R$ 710 milhões (GE). Mesmo assim, a Caixa admite a possibilidade de “desconto” ou “acordo”, como se fosse natural aliviar a conta de um gigante do futebol enquanto milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para acessar o próprio FGTS.

É engraçado, né? 🤔


Quando o trabalhador precisa sacar o FGTS, não pode.
Quando é liberado, é empréstimo com juros abusivos.

Enquanto isso, o país segue carente de saneamento, educação, moradia, saúde e segurança. E o governo federal, por meio de um banco público, cogita premiar a má gestão de um clube, em vez de cuidar do que realmente importa: o povo brasileiro.

E há uma incoerência gritante nisso tudo: se o estádio foi dado como garantia no contrato de financiamento e, portanto, pertence à Caixa em caso de inadimplência, por que o banco aceitaria negociar novamente o mesmo ativo como se fosse um favor? Em tese, o bem já seria da Caixa.


O Corinthians que busque levantar a grana para recomprar o estádio ou que um torcedor bilionário tente arrematar no leilão, como acontece com qualquer outro devedor. O que não dá é o contribuinte bancar o prejuízo de uma gestão temerária, travestida de paixão futebolística.

A impressão que fica é simples e triste: no Brasil, o crime compensa. Não honrar os compromissos, compensa.
E tudo isso sob o mesmo grupo político que governa o país há anos, reforçando a sensação de que o futebol e o poder caminham de mãos dadas, um servindo de massa de manobra para o outro.

Quer prova maior?
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi absolvido no caso de envolvimento com apostas esportivas.

Como isso é possível?
Enquanto isso, uma mulher que passou batom em uma estátua é condenada a 16 anos de prisão, sem direito a defesa. É ou não é a demonstração mais clara de que vivemos tempos sombrios?

Não dá mais para desvincular política de esporte. A corrupção já está enraizada não em todos os clubes, é verdade, mas é impossível ignorar que as duas maiores torcidas do país parecem constantemente favorecidas, seja nas decisões esportivas, judiciais ou políticas.

 

No fim das contas, a regra segue a mesma: privatizam o lucro e socializam o prejuízo.

O naming rights, a renda do clube e a propaganda ficam para os dirigentes e patrocinadores; já o buraco, o rombo e o risco, sobram para o cidadão comum.

 

E o Brasil continua jogado às traças, com o povo assistindo de arquibancada enquanto o sistema transforma paixão em instrumento de poder.

 

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