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O Girassol da Música Brasileira Brilha Para Sempre — Lô Borges

Publicada em: 03/11/2025 15:23 -

Hoje, a música brasileira amanheceu mais silenciosa.

Por Paulinho Cunha - Dreams FM


Perdemos Lô Borges, um poeta das notas, um arquiteto de melodias, um dos corações pulsantes do inesquecível Clube da Esquina. Tinha 72 anos, mas sua arte… essa permanece eterna.

Circunstâncias da morte

Lô Borges foi internado em 17 de outubro de 2025, no Hospital Unimed, em Belo Horizonte, após um quadro de intoxicação medicamentosa. Durante o período de internação, seu estado de saúde se agravou, exigindo cuidados intensivos, incluindo UTI, traqueostomia e hemodiálise.

 

Apesar dos esforços da equipe médica, o artista não resistiu. A causa oficial do falecimento foi falência múltipla de órgãos, decorrente das complicações do quadro clínico.

Nascido em Belo Horizonte, Lô cresceu entre ruas tranquilas, rádios antigas e sonhos grandes demais para caberem apenas numa cidade. Desde cedo, trazia nos olhos a sensibilidade dos meninos mineiros e nos dedos, o destino de tocar almas.

Foi ainda adolescente que o mundo descobriu seu brilho.
Ao lado de Milton Nascimento e de uma geração talentosa de amigos e irmãos da vida, construiu um movimento que mudou nossa música para sempre. O “Clube da Esquina” não foi apenas um disco, foi um encontro de destinos, uma nova forma de sentir, de pensar e de sonhar o Brasil.

Em 1972, lançou seu mítico álbum solo, o disco do tênis, capa que virou símbolo, som que virou culto. Daquele trabalho nasceram clássicos que ultrapassaram fronteiras, como “O Trem Azul”, “Paisagem da Janela”, “Aos Barões” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”. Canções que não tocam o ouvido tocam o coração.

Lô seguiu assim, silencioso e intenso. Artista de alma, não de holofote.
Ao longo das décadas, lançou álbuns, trilhou palcos, recebeu prêmios, e, sobretudo, colecionou algo maior que troféus: respeito, admiração e amor do público e dos músicos que o seguiram.

Sua obra influenciou gerações. Seu som atravessou o tempo. Seu nome está gravado na história, não apenas da música mineira, mas da música universal.

Hoje, despedimos-nos.
Mas fazemos isso com gratidão.
Gratidão pela poesia, pelas harmonias inesperadas, pela suavidade de quem sabia que a música é mais que arte, é alma, é refúgio, é lar.

Lô Borges agora descansa.
E nós seguimos… com sua voz, seus acordes e suas asas dentro de nós.

Porque artistas assim não vão embora.
Eles apenas mudam de tom.

 

Dreams FM — onde a música vive para sempre.
Obrigado, Lô. ✨

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