Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936, filho do consagrado escritor Érico Verissimo. Desde cedo, conviveu com livros e cultura, mas sua paixão inicial foi a música: tocava saxofone, amava jazz e chegou a integrar a banda Jazz 6. Curiosamente, a literatura só se tornou um caminho após os 30 anos, quando começou a escrever colunas no jornal Zero Hora.
Dessa experiência jornalística nasceu um dos cronistas mais populares e queridos do Brasil. Com humor refinado, ironia afiada e uma sensibilidade ímpar, Verissimo soube transformar o cotidiano em literatura, sempre com uma mistura de leveza e profundidade. Sua obra é vasta e multifacetada: mais de 80 livros, entre crônicas, romances, contos, quadrinhos e peças de teatro.
Criou personagens icônicos, como o detetive trapalhão Ed Mort, o gaúcho psicanalista de “O Analista de Bagé” e a divertida Família Brasil, que ganhou vida em tirinhas e jornais. Na televisão, seu talento também brilhou em roteiros de programas como TV Pirata e Comédias da Vida Privada.
Entre suas obras mais marcantes, merecem destaque:
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📖 O Analista de Bagé (1981) – sátira inesquecível que mistura psicanálise e humor gaúcho.
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📖 Ed Mort e Outras Histórias (1979) – aventuras irreverentes de um detetive atrapalhado.
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📖 Comédias da Vida Privada (1994) – que se tornou série de TV de grande sucesso.
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📖 O Clube dos Anjos (1998) – romance saboroso que reflete sobre amizade e gula.
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📖 As Mentiras que os Homens Contam (2000) – coletânea de crônicas bem-humoradas.
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📖 Os Espiões (2009) – um dos romances mais elogiados da sua fase madura.
Além dos livros, suas crônicas continuam atemporais, entre elas “A Velhinha de Taubaté” — a última pessoa no Brasil a acreditar no governo — e “A Língua”, onde brinca com a riqueza e as armadilhas do português.
Nota de pesar
O Brasil se despede de Luis Fernando Verissimo, que faleceu em 30 de agosto de 2025, aos 88 anos, em Porto Alegre. Um mestre do humor, da ironia e da reflexão cotidiana, Verissimo deixa um legado imenso para a literatura, o jornalismo e a cultura nacional.
Sua escrita, capaz de fazer rir e pensar ao mesmo tempo, continuará viva nas páginas de seus livros e na memória de milhões de leitores. Que sua obra siga inspirando gerações, lembrando-nos sempre que o riso e a leveza são também formas de sabedoria.
À família, amigos e leitores, fica nossa solidariedade neste momento de perda irreparável.