Em 2025, completam-se 30 anos do lançamento de ¡Adios Amigos!, o derradeiro álbum de estúdio dos Ramones. Um marco simbólico que carrega o peso de uma despedida definitiva, não apenas de um disco, mas de uma das maiores bandas da história do punk rock. Um ano depois, em 6 de agosto de 1996, a banda se despedia dos palcos com um último show explosivo no The Palace, em Los Angeles, registrado no ao vivo We’re Outta Here!. Era o fim de uma era.
Criados nas entranhas do CBGB, em Nova York, os Ramones mudaram para sempre a história do rock com seu som cru, direto e agressivo — três acordes, refrões chicletes, camisetas surradas e uma atitude que beirava o niilismo juvenil. Mas nem tudo era simplicidade: nos bastidores, a história era cheia de tensões, contrastes e tragédias pessoais.
O último álbum, lançado em 18 de julho de 1995, trazia 13 faixas com o DNA da banda: curtas, energéticas, pegajosas. Destaques como “I Don’t Want to Grow Up”, “The Crusher” e “Born to Die in Berlin” mostram a banda ainda afiada, mesmo em seus últimos suspiros criativos. Mas também deixavam evidentes as limitações físicas de Joey Ramone, já debilitado por um linfoma diagnosticado naquele mesmo ano. C.J. Ramone, seu substituto vocal em algumas faixas, trazia fôlego, mas a essência já estava se apagando.
As brigas internas e os contrastes ideológicos se tornaram legendários. Joey era liberal e humanista; Johnny, conservador e fã de Ronald Reagan. E não bastasse a diferença de visões, Johnny casou-se com Linda, ex-namorada de Joey. O clima nunca mais foi o mesmo. Some a isso a instabilidade mental de Dee Dee, demitido após vender a van da banda para comprar drogas, e o cenário era quase insustentável.
Mesmo assim, os Ramones continuaram. Fizeram cinco turnês no Brasil (1987, 1991, 1992, 1994 e 1996) e deixaram memórias eternas. Em 1991, em São Paulo, lotaram três noites seguidas no extinto Dama Xoc e ainda surpreenderam João Gordo, dos Ratos de Porão, ao convidá-lo para cantar "Commando". Na mesma noite, foram parados pela Rota e encostados no muro como delinquentes. João Gordo ainda tentou explicar: “Tenente, esses caras são os Ramones!”
No rádio, Joey brilhou. Em uma entrevista informal que deveria durar 30 minutos, ficou por cinco horas, tocando suas bandas favoritas, contando causos e comendo pizza fria com café ruim. Falou de turnês insanas com o Black Sabbath, garrafas e carburadores voando na plateia e do espírito ao vivo da banda: “Cada show é uma chance de fazer o melhor da sua vida.”
No fim, os Ramones não tiveram o grand finale planejado. Johnny se recusou a voltar a Nova York, sua cidade natal, para a despedida no Madison Square Garden. O último show foi mesmo na Califórnia, com convidados como Lemmy Kilmister, Eddie Vedder e o próprio Dee Dee. Um adeus potente, mas sem o brilho de uma despedida à altura do que representaram.
Pouco depois, veio o luto. Joey morreu em 2001. Dee Dee, em 2002. Johnny, em 2004. Tommy, em 2014. Arturo Vega, o criador do lendário logo da banda, se foi em 2013. Com a morte dos quatro membros originais, o grito “1, 2, 3, 4!” virou um sussurro eterno nas memórias dos fãs.
Hoje, três décadas depois do ¡Adios Amigos!, os Ramones continuam vivos em camisetas, playlists, bandas iniciantes e corações punk ao redor do mundo. Foram introduzidos ao Rock and Roll Hall of Fame em 2002, e sua influência segue pulsando em cada acorde distorcido e cada refrão gritado nos porões do rock.
O adeus dos Ramones não foi só o fim de uma banda. Foi o adeus a um espírito, a uma urgência, a uma revolução de jaquetas de couro e tênis sujos que mudou o mundo da música para sempre.
Hey Ho, Let’s Go... sempre.
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Aqui na Dreams FM, o som deles continua vivo. Porque lendas não morrem. Elas tocam para sempre. 🔥
📻 Ouça, sinta, reviva.
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