Hoje nos despedimos de Jimmy Cliff, uma verdadeira lenda do reggae, que partiu aos 81 anos. Sua morte, confirmada por sua esposa Latifa, foi consequência de uma convulsão seguida de pneumonia.

Jimmy não foi apenas um cantor, foi um mensageiro de esperança, resiliência e união. Sua voz carregava histórias profundas, nascidas nas ruas da Jamaica, mas capazes de alcançar e transformar pessoas no mundo inteiro. Ele atravessou muitos “rios” com sua música, simbolicamente e literalmente, como em seu clássico “Many Rivers to Cross”, uma canção que reflete sua fé, suas lutas e seu eterno desejo de transcendência.

No filme Jamaica Abaixo de Zero, Jimmy Cliff eternizou mais um momento marcante da cultura pop com sua versão reggae de “I Can See Clearly Now”, gravada especialmente para o longa. A música se tornou um símbolo universal de otimismo, o sol voltando a brilhar, as nuvens se abrindo, a vida retomando seu curso. É quase um hino à superação.

E talvez não exista metáfora mais adequada para este momento. Jimmy parte, mas deixa a todos nós essa promessa de céu limpo, de esperança renovada, de que dias melhores sempre vêm. Como ele mesmo canta:
“Here is that rainbow I’ve been praying for… It’s gonna be a bright, bright, sunshiny day.”

Um legado que transcende

Jimmy Cliff foi um dos grandes responsáveis por levar o reggae jamaicano aos quatro cantos do planeta. Em suas músicas, traduziu lutas sociais, espiritualidade, alegria, e uma força cultural que atravessou gerações.

Também marcou o cinema mundial ao atuar em “The Harder They Come”, filme que ajudou a projetar o reggae internacionalmente e se tornou um marco da cultura jamaicana.

Sua obra dialoga com o passado, o presente e o futuro. Era protesto, era fé, era festa. Era Jamaica. Era o mundo.

Jimmy Cliff deixa um legado que vai muito além das melodias: deixa mensagens, inspiração, consolo e uma herança musical que permanecerá viva enquanto houver alguém disposto a ouvir.

Descanse em paz, lenda.
Seu som seguirá cruzando mares, rios e corações, como sempre fez.