O Brasil celebra, a partir deste ano, em 25 de setembro, o Dia Nacional do Rádio, data oficializada por lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A escolha faz referência ao nascimento de Edgard Roquette-Pinto (1884–1954), considerado o pai da radiodifusão brasileira.
Visionário, Roquette-Pinto fundou em 1923 a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora do país, com a missão de difundir educação e cultura. Médico, antropólogo, etnólogo e professor, ele enxergava o rádio como um instrumento de transformação social, capaz de instruir, aproximar e emocionar um povo em formação.
O rádio como voz da história
Poucos meios foram tão marcantes na trajetória do Brasil quanto o rádio.
Ele já foi o grande palco da informação, transmitindo notícias urgentes durante a Segunda Guerra Mundial, as primeiras transmissões esportivas e as transformações políticas que moldaram o século XX.
Foi também escola e palco cultural, levando música, poesia, teatro e até as primeiras radionovelas, que reuniam famílias ao redor do aparelho como se fosse um ritual sagrado.
Com linguagem direta e acessível, o rádio sempre esteve ao lado do povo, sendo a ponte entre governos, artistas, jornalistas, cronistas e cidadãos comuns.
O rádio como companheiro fiel
O rádio é muito mais que um meio de comunicação: é um companheiro.
Está presente ao longo do dia, oferecendo companhia, música, informação e entretenimento, criando uma ligação pessoal e constante com o ouvinte.
Para quem vive sozinho, para quem trabalha na estrada, para quem faz do som ambiente um refúgio ou para quem simplesmente busca notícia e boa música, o rádio funciona como um amigo fiel. Ele conversa, acolhe, diverte e informa, sempre presente, sempre atual.
Resiliência e futuro
Mesmo após a ascensão da televisão e da internet, o rádio resistiu. Ele se reinventou com as webrádios, podcasts e transmissões digitais, provando que sua essência não se perde, apenas evolui.
Hoje, continua relevante e vibrante, seja no carro, no celular, nos alto-falantes da cidade ou nas plataformas digitais. O rádio permanece vivo porque fala com proximidade, porque entende o tempo de quem ouve e porque se adapta sem perder sua identidade.
Uma celebração que é também gratidão
O Dia Nacional do Rádio não é apenas uma data comemorativa: é um reconhecimento.
É a celebração de um meio que ajudou a escrever a história do Brasil, que embalou sonhos, levou esperança em momentos difíceis e que segue sendo voz, companhia e coração pulsante da comunicação.
No fim, o rádio é mais do que tecnologia ou transmissão: é emoção, memória e presença. É a prova de que, mesmo na era digital, ainda precisamos de uma voz amiga que esteja sempre do nosso lado.
📻 As 10 primeiras rádios do Brasil
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Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – RJ
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Fundada em 20 de abril de 1923 por Edgard Roquette-Pinto e Henry Morize.
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Objetivo cultural e educativo.
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Hoje é a Rádio MEC.
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Rádio Clube de Pernambuco – PE
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Fundada em 6 de abril de 1919 como um grupo de radioamadores.
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Regularizou suas transmissões em 1923, tornando-se a segunda emissora formal.
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Rádio Educadora Paulista – SP
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Inaugurada em 1924, em São Paulo.
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Voltada para educação e cultura.
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Rádio Clube do Brasil – RJ
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Criada em 1924, no Rio de Janeiro.
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Uma das primeiras rádios comerciais do país.
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Rádio Sociedade da Bahia – BA
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Fundada em 1924.
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Teve forte atuação cultural e educacional no Nordeste.
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Rádio Mayrink Veiga – RJ
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Inaugurada em 1926, no Rio de Janeiro.
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Famosa nos anos 1930–40, muito ligada ao entretenimento e à música popular.
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Rádio Record – SP
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Fundada em 27 de setembro de 1928, em São Paulo.
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Tornou-se uma das maiores rádios de variedades do Brasil.
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Rádio Difusora de São Paulo – SP
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Criada em 1928, também pioneira em São Paulo.
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Rádio Cruzeiro do Sul – RJ
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Fundada em 1928, no Rio de Janeiro.
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Mais voltada ao noticiário e à programação popular.
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Rádio Bandeirantes – SP
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Iniciou suas transmissões em 6 de maio de 1937.
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Embora mais tardia, é considerada uma das herdeiras da primeira fase da radiodifusão brasileira, já consolidando o rádio como veículo de massa.
📌 Observação importante: algumas datas variam em fontes históricas porque várias emissoras começaram como iniciativas de radioamadores antes de se tornarem estações regulares (caso da Rádio Clube de Pernambuco).
👉 Viva o rádio, o companheiro de todas as horas. Hoje, ontem e sempre.

