Durante coleteva após eliminição em casa para o Lanús-ARG, Renato Gaúcho afirmou que “as redes sociais acabaram com o futebol”. Essa é uma visão simplista e equivocada. Redes sociais apenas refletem a frustração de torcedores; elas não são a causa do problema. O que realmente corrói o futebol brasileiro é a má gestão crônica dos clubes e a influência desproporcional de empresários sobre o mercado de jogadores.

Por Paulinho Cunha - Dreams FM

Nos últimos anos, muitos clubes se venderam para uma minoria de agentes e empresários, inflacionando salários e transferências, enquanto o desempenho técnico frequentemente não corresponde ao valor investido. Jogadores medíocres faturam milhões, dirigentes, agentes, empresários se beneficiam financeiramente, e o torcedor fica refém de fracassos recorrentes. Esse modelo transforma o futebol em um mercado especulativo, com contratos desproporcionais, planejamento frágil e desequilíbrios em campo.

Além disso, a falta de profissionalização administrativa e a ausência de um planejamento financeiro sólido levaram clubes históricos a crises profundas, atrasos salariais, dívidas bilionárias e, muitas vezes, à dependência de políticas populistas ou “sociais” que pouco resolvem o problema estrutural do futebol.

Mas há exceções que provam que é possível administrar com competência. Hoje, o Palmeiras se destaca como exemplo de gestão mais eficiente do futebol brasileiro. Com planejamento estratégico, investimento em categorias de base, infraestrutura de ponta e profissionalização da administração, o clube consegue manter equilíbrio financeiro, negociar contratos de forma sustentável e, ao mesmo tempo, apresentar resultados consistentes em campo. É a prova de que com responsabilidade, transparência e profissionalismo, é possível manter o futebol como paixão e negócio saudável ao mesmo tempo.

Portanto, antes de culpar as redes sociais, é preciso olhar para a raiz do problema: gestão ruim, interesses particulares e falta de planejamento. Futebol é emoção, mas sem estrutura e profissionalismo, perde-se o caminho e o espetáculo se torna instável.

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